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Prática que já é utilizada nas lavouras de soja do Brasil gerou uma economia anual de cerca de US$ 8 bi, se mostra eficiente nas lavouras de cana

Segundo a pesquisadora da Embrapa Katia Nechet, o estudo avaliou os efeitos de práticas conservacionistas no controle de duas doenças foliares emergentes, a mancha anelar e a podridão vermelha, capazes de diminuir a biomassa seca da cana-de-açúcar, o que prejudica a produção. Além da FBN, que mostrou maior eficiência na redução da severidade dessas enfermidades, foram testados também o cultivo mínimo, preparo convencional e o Sistema de Plantio Direto (SPD). “O bom desempenho com a cana agrega ainda mais valor à tecnologia FBN, desenvolvida pela Embrapa Agrobiologia”, destaca.

A pesquisadora ainda explica que alguns mecanismos de controle podem estar envolvidos na interação entre os patógenos e as bactérias diazotróficas (capazes de fixar o nitrogênio do solo) utilizadas na FBN, tais como antagonismo, indução de resistência e competição. Essas reações têm sido relatadas durante a adaptação dos hospedeiros às bactérias em condições de estresse ambiental.

“O monitoramento da incidência e severidade das doenças pode ajudar a entender como as práticas conservacionistas em cana-de-açúcar podem alterar a importância dos patógenos foliares ao longo do tempo”, pontua Nechet. Outro ponto a ser considerado é o efeito dos fertilizantes no conteúdo de nitrogênio foliar e sua relação com a severidade de doenças.

Estudo pode beneficiar manejo integrado de doenças emergentes

Mudanças nas práticas de condução da cultura podem levar à prevalência de doenças antes consideradas de menor importância. No primeiro período experimental, três meses após o plantio, nenhuma podridão de raízes ou doença foliar foi observada. Nas avaliações seguintes, a ocorrência de doenças, independentemente do período de avaliação, foi restrita à mancha anelar, causada pelo fungo Leptosphaeria sacchari, e à podridão vermelha, causada pelo fungo Colletotrichum falcatum. Os primeiros sintomas de doenças foliares foram observados em seis meses após o plantio na estação das chuvas.

Não houve diferenças significcaativas na severidade das doenças quando o plantio da cana-de-açúcar é feito na estação seca ou na estação chuvosa. A profundidade da camada de palha também não impactou a severidade, influenciada apenas pela precipitação acumulada no mês. No Brasil, a cana-de-açúcar é afetada por podridões do caule, das raízes e doenças foliares. A ocorrência e a importância econômica de cada uma dependem dos genótipos e sistemas de produção adotados, bem como das condições ambientais de cada região de cultivo.

Curiosamente, essas doenças foliares apareceram com mais frequência após a implementação dos sistemas mecanizados, explica a pesquisadora.

Segundo ela, a mancha anelar é muito comum, mas não é considerada uma das principais doenças no Brasil, embora seja utilizada como parâmetro de seleção em programas de melhoramento para eliminar genótipos suscetíveis.

A podridão vermelha ocorre em vários estágios da planta, com sintomatologia diferenciada, causando morte de gemas, manchas em folhas e apodrecimento do colmo. A colonização dos colmos pelo patógeno leva ao apodrecimento, sendo a forma mais grave da doença e está geralmente associada a lesões causadas pela broca da cana-de-açúcar.

De acordo com a pesquisadora Nilza Patrícia Ramos, foram realizados dois experimentos na região de Guaíra (SP), um durante o ciclo da cana-planta (18 meses) e o outro entre a primeira e segunda socas (2 anos). “As ocorrências simultâneas da mancha anelar e podridão vermelha, associadas à mancha foliar, foram as únicas doenças observadas, independentemente das práticas conservacionistas utilizadas nos experimentos”, explica.

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